Doenças e sintomas da infância

Viroses infantis: tudo o que você precisa saber

Virose é um dignóstico bastante comum na infâcia. Mas afinal, o que é uma virose? Como se prevenir e tratar? Iremos mergulhar no tema no nosso texto de hoje.

“Isso é virose”. Certamente você já ouviu isso alguma vez e é possível que tenha se questionado quanto a este diagnóstico, seja com você ou com seu filho. Mas, afinal, o que são as viroses? E por que as crianças pegam tantas vezes?

Virose é qualquer doença causada por vírus, em geral, são quadros infecciosos que podem acometer tanto o sistema respiratório como o gastrointestinal. Elas costumam ser benignas e autolimitadas, ou seja, tendem a regredir sozinhas e desaparecem em até 10 dias.

Nesse período do ano, existe um aumento significativo nos casos dessas doenças, principalmente as respiratórias, possivelmente causada pelo rinovírus em crianças.  Atualmente, no  período pós-pandemia, não existe mais uma sazonalidade dos vírus, ou seja, não há mais uma estação específica para a manifestação dessas doenças. Agora esses vírus podem circular o ano todo sem ter preferência por alguma estação, por isso manter os cuidados para continuar se prevenindo contra a covid-19 e também dos outros vírus e viroses que circulam por aí é extremamente importante.

As crianças são mais suscetíveis às viroses, pois seu sistema imunológico ainda está em desenvolvimento. Sendo assim, são mais propensos ao adoecimento como parte do processo de amadurecimento imunológico. A incidência dessas infecções é maior de acordo com a faixa etária. É comum que crianças saudáveis, com idade inferior aos 6 anos de idade, apresentem em média de 6 a 8 resfriados ao ano, enquanto crianças maiores de 6 anos tendem a ter de 2 a 4 episódios de resfriado ao ano.

Como se transmitem?

Há diversas causas e maneiras de transmissão das viroses e consequentemente das doenças, que serão determinadas pelos vírus que acometem a sua criança, como por exemplo: Influenza, rinovírus, adenovírus, vírus sincicial respiratório, parainfluenza, entre outros.

É muito importante entendermos a forma como esses vírus são transmitidos, dessa modo conseguimos atuar minimizando os impactos e a sua transmissão.

Os vírus podem ser transmitidos através de:

1. Contato com as mãos

Através do contato com pessoas ou objetos contaminados, e em seguida colocando as mãos em regiões de mucosas do corpo, tais como: olhos, boca e nariz.

2. Inalação de gotículas e aerossóis

Através da inalação dessas partículas que se espalham no ar após uma pessoa contaminada tossir ou espirrar.

Por quanto tempo as viroses podem ser transmitidas?

Antes de pensarmos sobre o tempo que podemos transmitir, é importante saber que, assim que entramos em contato com o vírus, não necessariamente iniciamos o quadro da doença. Esse tempo entre o momento em que temos contato com o vírus e o início dos sintomas chamamos de período de incubação. Esse período  pode variar dependendo da doença de 24h a 72 horas.

Passado o período de incubação do vírus e iniciados os primeiros sintomas da doença, consideramos o período de transmissão médio entre o 3º e o 5ª dia dos sintomas.

Quais os principais sinais e sintomas?

Os sintomas podem variar de acordo com a doença e a idade da criança, por isso destacamos a seguir os sintomas comuns a maioria das viroses e a idade em que elas são prevalentes.

Crianças com idade inferior a 2 anos: É comum apresentarem febre e secreção nasal, por isso podem apresentar ainda dificuldade para dormir, ficam mais irritadas e chorosas, podendo apresentar alterações no padrão alimentar.

Crianças com idade entre 2 e 10 anos: Podem apresentar tosse, espirros, congestão nasal como sintomas principais, porém podem vir associados por dor de cabeça, dores na garganta e até alguns casos, febre.

Quais os cuidados principais com sua criança que está com virose?

Mantenha boa Hidratação

Aumentar a ingestão de água ajuda a tornar a secreção (catarro) mais fluida e por isso fica mais fácil expelí-lo. Além disso, durante um quadro infeccioso, nosso corpo necessita de mais água devido a atividade metabólica estar aumentada. Mesmo que sua criança não consiga beber grandes quantidades de uma vez, ofereça ainda que em poucas quantidades dentro do que ele tolera em períodos mais curtos.

Lave o nariz frequentemente

A lavagem nasal frequente, com soro fisiológico 0,9%, em caso de congestão - ajudará a aliviar a tosse e proporcionará maior conforto à criança. Utilize uma seringa adequada ou qualquer outro dispositivo adequado para lavagem nasal, coloque o soro fisiológico em temperatura ambiente e com a criança sentada ou em pé, posicione sua cabeça levemente lateralizada e lave as narinas até que pare de sair secreção (catarro).

Mantenha o calendário de vacinação atualizado

Mantenha o calendário vacinal atualizado, com atenção especial às doses de reforço e campanhas de vacinação. As vacinas são extremamente importantes para evitarmos contaminações e, em alguns casos, contribuem para uma doença de menor gravidade.

Ensine sua criança a importância de lavar as mãos

A higienização das mãos é a medida mais econômica e simples na prevenção de doenças. Por isso, converse com seu filho sobre a importância da higiene constante das mãos, principalmente antes e depois das refeições, antes e depois da utilização de banheiros, após o contato com superfícies sujas, após brincar com areia, com terra, na horta e em outras situações em que as mãos possam estar sujas.

Invista em uma alimentação leve e saudável

A alimentação é super importante para que nosso corpo possa recuperar-se. Nesse período sua criança pode apresentar dificuldades para se alimentar, então dê preferência a alimentos saudáveis e leves como legumes, verduras e se ele ainda mama em seio materno, invista no aleitamento para ajudá-lo não só com a alimentação mais com a hidratação e principalmente porque ele é essencial para o sistema imunológico. Lembre-se sempre, pequenas quantidades aceitas, são bem melhores do que grandes refeições não toleradas e que eventualmente serão postas pra fora.

Evite ambientes aglomerados

Apesar de um simples resfriado, evite estar em locais fechados com grande concentração de pessoas, o que previne a exposição da sua criança a outras doenças.

Ensine sua criança o uso da etiqueta respiratória

Ensine seu filho a usar etiqueta respiratória (uso da parte interna dos cotovelos), sempre que houver necessidade de tossir ou espirrar, assim ele estará resguardando a saúde dele e de todos ao seu redor. Explique que isso acontece porque as suas mãos estão sempre em contato com outras pessoas e outros objetos. Portanto, ensine isso aos pequenos e os incentive a disseminar a boa prática para seus colegas.

Ensine sua criança a não compartilhar objetos pessoais

Ensine às crianças que cada pessoa deve ter seus objetos de uso pessoal, sem compartilhar com os amiguinhos e que compartilhá-los pode trazer algumas doenças para a sua saúde e isso não é nada legal, né?! Cada criança, deve ter sua própria toalha, talheres, pratos e escova de dente, por exemplo.

Mantenha o ambiente arejado e com boa ventilação

Locais muito fechados, são os ambientes preferidos dos vírus, por isso busque manter o ambiente sempre arejado, abrindo janelas e portas. Sempre que possível faça a higienização de todos os utensílios e dê preferência a objetos que não acumulem pelos e poeiras, como tapetes e ursinhos, por exemplo.

Observe sinais de alarme

Apesar de um simples resfriado, existem alguns sinais que mostram que a sua criança está com dificuldade para respirar:

1. Ao respirar, afundar abaixo da costela;

2. Batimento de asa de nariz: ao olhar para o nariz da sua criança, você perceberá que as narinas se abrem para a entrada de mais ar;

3. Prostração intensa sem estar com febre;

4. Piora da curva térmica (após 48-72h de febre, temperaturas ficarem mais próximas e mais altas ao invés de começarem a ceder);

5. Recusa de líquidos e desidratação (choro sem lágrimas, olhos fundos, ficar sem urinar por 6 ou mais horas), se lactente, em recusa de seio materno. Nesses casos é extremamente importante, que ao identificar um desses sintomas, sua criança seja direcionada imediatamente ao pronto-socorro.

Siga atentamente a prescrição medicamentosa

É muito importante que você siga as orientações do pediatra e faça as medicações sempre nos horários corretos, isso ajudará muito no restabelecimento da saúde de sua criança.

Como em toda doença viral, quanto menor o contato, maiores serão as chances de não transmitir a doença a outras pessoas. É importante que todos estejam juntos, envolvidos no cuidado com essa doença.

Trabalhando juntos teremos alta efetividade na prevenção e na minimização da transmissão dessas doenças.

Um abraço de coala,

Equipe de saúde 🐨


Referências:

https://pequenoprincipe.org.br/noticia/viroses-em-criancas-saiba-tudo-sobre-assunto/

https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-crianca/principais-questoes-sobre-viroses-respiratorias-na-infancia-em-tempos-de-covid-19-parte2/

https://cuidadospelavida.com.br/cuidados-e-bem-estar/saude-infantil/quais-sao-as-viroses-mais-comuns-na-infancia

https://portal.fiocruz.br/noticia/infogripe-alerta-para-aumento-de-casos-de-rinovirus-entre-criancas

Escrito por
Patrícia Esteves

Enfermeira cursando MBA em cuidados ao paciente grave, Patrícia possui seis anos de experiência em atendimento hospitalar e atenção básica, com iniciativas de orientação em saúde nas escolas através de ministração de palestras e oficinas.

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