Apesar de serem considerados dóceis e a criançada adorar tê-los por perto, qualquer animal doméstico pode morder, basta que se sintam ameaçados.
As crianças normalmente querem demonstrar afeto aos pets e nem sempre possuem noção do perigo, por isso muitas vezes se tornam vítimas desses acidentes.
A boca dos animais é repleta de bactérias que são transmitidas ao ferimento após a mordida, aumentando a chance de infecção no local onde ocorreu o acidente. Além disso, seus dentes e a força em suas mandíbulas podem ocasionar o esmagamento dos tecidos, podendo comprometer músculos, tendões, ossos, e vasos sanguíneos.
Diante dessas situações, há alguns cuidados que devem ser tomados por quem possui esses animais, bem como cuidados a serem feitos quando acidentes como estes acontecem. Vamos falar sobre isso?
Quais são as preocupações?
As mordeduras podem variar de acordo com o agente que a causou.
Normalmente, mordeduras causadas por cães tendem a gerar esmagamento de tecidos, podendo comprometer estruturas como músculos, ossos, tendões e vasos sanguíneos devido aos seus dentes e a força que possuem em sua mandíbula.
Já os gatos, em sua maioria, ocasionam ferimentos de menor profundidade, porém possuem maior probabilidade de infecção posterior ou tardia.
Muitas são as possibilidades de transmissão de doenças diante de casos de mordeduras de animais, sejam elas por transmissão do próprio animal ou pelas bactérias presentes em sua boca.
Essas chances aumentam consideravelmente quando esses acidentes são causados por animais de origem desconhecida, afinal, a ausência do cuidado e da aplicação de vacinas torna-os potentes transmissores de doenças como a raiva, por exemplo.
Quais cuidados devem existir com os pets para evitar acidentes como esse?
Se você tem um pet, há alguns cuidados que precisam ser tomados para que seu animal não ponha em risco as crianças, ou minimize os riscos em casos de mordeduras:
1 - Escolha bem seu animal
Antes de adquirir um animal, avalie a raça, suas habilidades, seus gostos e o ambiente que você disponibilizará para ele. Animais com instinto aguçado e desenvolvidos para caça, por exemplo, devem ser criados preferencialmente em ambientes amplos; já os animais de menor porte como Pinscher e Yorkshire são animais que se adaptam melhor aos ambientes menores. Avaliando assim, você evita que estímulos inadequados e ambientes incompatíveis sejam gatilhos para seu animal, deixando-o desconfortável e estressado.
2 - Mantenha seu animal saudável
Alimentação adequada, vacinação completa, higiene periódica são fatores importantes para a saúde do seu animal e minimizam a transmissão de possíveis doenças.
3 - Se atente ao perfil de seu animal
Conhecer o seu pet é um fator importante, saber o que o deixa estressado e o quanto de estímulos são suficientes para ele, se está doente, os seus medos, tornam as chances de acidentes menores, uma vez que a maneira como ele se sente interfere diretamente na resposta que ele terá diante das situações.
Como prevenir acidentes com animais domésticos?
1 - Nunca deixe crianças sozinhas com animais.
2 - Evite mexer nos animais quando estiverem se alimentando ou presos.
3 - Caso perceba que ele está incomodado com sua presença, afasta-se respeitando seu espaço.
4 - Caso perceba que o animal está com medo por alguma situação, deixe que o dono o ampare. Não tente mexê-lo, seu instinto pode fazê-lo atacar.
5 - Sempre se aproxime dos animais com cuidado. Quando estiverem com o dono sempre pergunte primeiro se podem mexer e se o animal gosta de receber carinho. Se estiver sozinho, evite mexê-lo até que ele se mostre pronto para isso.
6 - Quando for acariciar um animal, faça-o preferencialmente em locais onde ele possa visualizar suas mãos. Jamais toque em sua cabeça ou focinhos.
7 - Caso esteja próximo a um animal de origem desconhecida, evite correr, essa ação ativa nos animais seu instinto de caça e pode fazê-lo entender que você é uma presa então ele correrá atrás.
8 - Jamais acaricie filhotes quando estiverem próximos aos seus pais. Quando tocamos em um filhote, fazemos entender que somos uma ameaça e como reação eles atacarão.
Primeiros socorros em caso de mordeduras
Caso você ou alguém próximo a você tenha sido mordido por um animal, alguns cuidados são importantes, então fique atento à eles:
Ferimentos leves
1. Lave o local do ferimento com água e sabão, retirando toda a sujeira.
2. Estanque o sangue com um pano limpo. Não faça garrote!
3. Aplique soro fisiológico no local.
4. Imobilize e eleve o local afetado.
5. Encaminhe a criança ao serviço hospitalar quando possível.
Ferimentos graves
1. Tranquilize a vítima.
2. Chame socorro (SAMU ou Corpo de Bombeiros).
3. Limpe o local do ferimento com água e sabão e proteja evitando infecções.
Cuidados gerais
- Independente da extensão e gravidade das lesões, procure a assistência médica. É importante ser avaliado por um médico e em alguns casos a administração de antibióticos para evitar que infecções sejam disseminadas.
- Se possível, busque o cartão vacinal da criança e certifique-se que a mesma possui esquema vacinal completo.
- Procure saber se o animal apresenta vacinação em dia, e observe-o quando possível por 10 dias para identificação e notificação em casos de sintomas raivosos, morte ou desaparecimento do animal agressor.
Conclusão
A todo instante temos contato com animais, principalmente cães e gatos. Apesar de serem em sua maioria dóceis e "fofinhos", saber respeitar os limites e ser sempre cauteloso no contato com eles pode evitar que seja vítima de acidentes.
Se você é dono de um desses animais, mantenha-o sempre vacinado e em contato com outras pessoas de forma natural, assim dificilmente ele se sentirá ameaçado quando tiver contato com outras pessoas.
Lembre-se, tenha cuidado e sempre respeite os sinais que os animais apresentam antes de tocá-los. Na dúvida, não toque-o!
Referências
Fiocruz
Hospital Infantil Sabará
Sociedade Brasileira de Pediatria
INBRAEP - INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO PROFISSIONALIZANTE (Brasil). Primeiros Socorros em casos de mordeduras e arranhões causados por cães e gatos.
