Doenças e sintomas da infância

Coqueluche: o que é, quais os sintomas e como prevenir?

Se tem um assunto que tem ganhado espaço nas discussões no âmbito da saúde, não só no cenário nacional, mas também a nível mundial é o aumento da incidência de casos de coqueluche. Tosse seca, falta de ar, febre e cansaço são alguns dos sintomas da doença, que é infecciosa e de alta transmissibilidade.
criança com mão na boca tossindo coqueluche

Coqueluche é uma doença respiratória, de transmissibilidade muito alta, que afeta as vias respiratórias, atingindo pulmões, traqueia e brônquios, pelo contato da bactéria Bordetella pertussis. Após contato com o agente causador o pulmão passa a sofrer uma intensa inflamação, causando irritação  de suas paredes impedindo o seu pleno funcionamento.

Sendo assim, é uma doença considerada grave, que apesar de ser prevenível por meio da vacinação, tem crescido em número de casos em todas as regiões do Brasil, segundo dados do DataSUS. Desse modo, é imprescindível buscar entender mais sobre esta infecção bacteriana, seus sinais e sintomas e como se prevenir.

Como acontece a transmissão da coqueluche? 

Tosse seca, falta de ar, febre e cansaço são alguns dos sintomas da coqueluche

Segundo os estudos científicos, a transmissão ocorre através do contato com gotículas respiratórias expelidas na tosse, espirros ou até mesmo na fala de uma pessoa não vacinada, que esteja infectada pela bactéria transmissora, assim uma vez contaminado o homem passa a ser hospedeiro e transmissor da doença. Há ainda uma outra via de transmissão, que se dá pelo contato com objetos recentemente contaminados com as secreções da pessoa doente, a exemplo, compartilhamento de copos, talheres, e outros utensílios de uso comum, porém, é muito menos comum, pois é o tempo de sobrevivência da bactéria fora do corpo humano é bem curto. 

Em média o período de incubação da bactéria, ou seja, o tempo que os sintomas levam para começarem a aparecer desde o momento da infecção, é  em média, 5 a 10 dias, podendo sofrer variações de 4 a 21 dias.

Quais são os sintomas manifestados?

Os sintomas da coqueluche podem se manifestar em três estágios:

No primeiro, considerado mais leve, os sintomas são parecidos com o de um resfriado.

  • Mal-estar geral;
  • Corrimento nasal;
  • Tosse seca;
  • Febre baixa;

No segundo estágio temos:

Mantém os sintomas citados, porém temos destaque para a tosse que passa a ser severa e descontrolada, podendo ser tão intensa a ponto de comprometer a respiração. Com crises extremas de tosse, podendo até provocar  vômito e/ou cansaço extremo;

E o terceiro nível é quando se tem alguma complicação associada, tais como: 

  • Otites (Infecções de ouvidos);
  • Pneumonia;
  • Desidratação;
  • Convulsão, confusão mental;
  • Lesões cerebrais;

Geralmente, os sinais e sintomas da coqueluche duram entre 6 a 10 semanas, podendo durar mais tempo, conforme o quadro clínico e a evolução de cada caso.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da coqueluche em estágios iniciais é difícil, uma vez que os sintomas podem parecer como de um resfriado comum ou até mesmo outras doenças respiratórias. A tosse seca é um forte indicativo da coqueluche, mas para confirmar o diagnóstico o médico pode solicitar alguns exames, como: coleta de material de nasofaringe para cultura; PCR e  exames complementares, podem ser realizados a exemplo do hemograma e raio-x de tórax.

Quais os  fatores de risco e como prevenir a coqueluche?

A vacinação está prevista no calendário vacinal, sendo ofertada de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde.

O fator determinante e que têm relação direta é a falta de vacinação, isso porque, nas crianças a imunidade à doença é adquirida quando elas completam o esquema vacinal, ou seja, três doses da vacina, sendo necessária a realização dos reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade.  É válido salientar que em bebês menores de seis meses, a doença tende a ser mais agressiva, pois são mais susceptíveis às complicações da coqueluche que, se não tratada corretamente, podem levar à morte. 

A vacinação está prevista no calendário vacinal, sendo ofertada de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde. O esquema vacinal é composto de mínimo de 3 doses da pentavalente que é uma vacina conjugada que protege contra a difteria, o tétano e coqueluche, além  das doenças invasivas pela bactéria Haemophilus influenzae tipo B e a Hepatite B, além de um reforço aos 15 meses de idade, e um segundo reforço aos 4 anos de idade com a tríplice bacteriana (DTP).

Porém, é importante lembrar que o adulto, mesmo tendo sido vacinado na infância, pode ficar suscetível novamente à doença, devido a vacina perder o efeito com o passar dos anos, pois a imunidade não é permanente, após 5 a 10 anos, em média, da última dose da vacina, a proteção pode ser incipiente.

Então, segundo recomendação do Ministério da Saúde e outras instâncias, faz-se imprescindível que todas as famílias se atentem para a vacinação de suas crianças, dando atenção, especialmente, contra a coqueluche, como ação preventiva que assegura a proteção individual e da sociedade em geral. 

Além das crianças de até 6 anos, existem ainda outros grupos de risco, que precisam lançar mão dessa medida preventiva, são eles: pessoas que passaram por transplantes de células-tronco-hematopoiéticas a partir de 4 anos; Gestantes a partir da 20ª semana; Trabalhadores da saúde; Trabalhadores cujo ambiente de trabalho sejam maternidades, berçários ou creches.

Então, é uma responsabilidade de todos nós pais, gestores, professores e demais cidadãos a verificação diligentemente da carteira de vacinação das crianças para assegurar que a imunização contra a coqueluche, observando a completa administração do esquema de doses vigente em nosso país.  Vamos, todos contra a coqueluche! 

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Referências:

Brasil, Ministério da Saúde Coqueluche, 2022. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/coqueluche>.
Brasil, Ministério da Saúde [DATASUS] Coqueluche, 2024. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/coqueluche>.
http://nhe.fmrp.usp.br/wp-content/uploads/2018/05/cve12_guia_ve_atualizado_coqueluche.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/coqueluche/prevencao
TORRES, Rosângela SLA et al. Ressurgimento da coqueluche na era vacinal: aspectos clínicos, epidemiológicos e moleculares.
Jornal de Pediatria, v. 91, p. 333-338, 2015. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/jped/a/j9hBkcqRTDjrn568XPBnPQp/?lang=pt>.

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