O verão está chegando e com ele também se aproximam as férias escolares. Com as altas temperaturas dessa época do ano, não há nada melhor do que atividades que refrescam, não é mesmo? Ainda mais tendo acesso em nosso país a tantas praias, rios, cachoeiras e até mesmo piscinas, seja em casa ou em parques aquáticos.
Fato é que esse é um dos programas preferidos da criançada no verão, e por isso precisamos estar atentos o tempo todo, devido ao risco de afogamento. Você sabia que afogamento é a maior causa de mortes acidentais em crianças com idade entre 1 e 4 anos no Brasil?
Diferentemente do que se pensa, afogamentos não tornam-se possíveis apenas nos mares agitados e piscinas: ele pode acontecer em atividades simples e corriqueiras da rotina domiciliar, através de queda em baldes com água, escorregões em banheiras, quedas em cisternas, entre outros.
Isso acontece porque as crianças não possuem a habilidade de julgamento do perigo, tornando-se mais vulneráveis a esses acidentes. Além disso, quanto menor for a idade, menor é o seu desenvolvimento motor, fator altamente facilitador para quedas diante do mínimo impacto. Por fim, nessa idade o peso da cabeça costuma ser maior do que o peso corporal, interferindo diretamente na capacidade da criança de se levantar rapidamente.
Por isso, traremos aqui algumas dicas de como você pode prevenir situações de afogamento em crianças e o que fazer caso um afogamento aconteça com alguém próximo a você.
Não esqueça de compartilhar com outros pais e mães, combinado? Assim mais pessoas estarão preparadas para lidar com uma situação como essa se ela vir a acontecer. Vamos lá?
O que acontece durante o afogamento, que pode levar a criança a óbito?
Afogamento nada mais é do que a aspiração de água (ou líquido) por causa de uma submersão. Essa aspiração ocasiona asfixia, ou seja, dificulta ou impossibilita a passagem do ar e oxigênio para o pulmão, podendo levar a inconsciência e até uma parada cardíaca.
Qual o tempo limite que uma criança pode ficar submersa sem apresentar danos neurológicos?
Estar submerso por apenas 2 minutos, já é tempo suficiente para deixar a criança inconsciente e a partir daí cada minuto inconsciente pode trazer danos neurológicos irreversíveis.
Quais cuidados com as crianças são essenciais para prevenir afogamentos?
- Converse com a criança sobre o perigo a que ela está exposta e a importância de redobrar o cuidado, estando sempre junto a um adulto.
- Sempre que for a praias, piscinas, cachoeiras, etc, coloque na criança dispositivos de segurança tais como coletes salva-vidas, boias, etc.
- Oriente a criança a jamais ir a locais fundos ou que não alcance os pés, principalmente quando não souber nadar.
- Oriente a criança a não brincar dentro da água com brincadeiras de pular ou empurrar, lutas ou quaisquer outra brincadeira que possam retirar o equilíbrio e causar um afogamento.
- Oriente a criança a jamais brincar que está se afogando. Isso não só traz descrédito, como pode atrapalhar aos socorristas a observarem quem realmente precisa de auxílio.
- Se você tiver piscina em casa, mantenha ela cercada e com a porta sempre trancada. Não sendo possível, utilize capas de proteção, ainda que essas não sejam tão eficazes para evitar afogamentos acidentais.
- Observe o local de banho e se houverem placas sinalizando perigo ou correnteza, oriente as crianças a não se aproximarem e respeitarem sempre as orientações de segurança.
- Jamais deixe que sua criança brinque com ou em recipientes com água, como banheiras, piscinas, bacias, etc, sem a supervisão constante de um adulto.
O que fazer caso alguma criança seja vítima de afogamento?
Como realizar um resgate dentro d’água:
1) Mantenha a calma e avalie a cena da ocorrência. Se o afogamento for no mar ou rio, verifique a distância da vítima de dentro da água até a terra.
2) Tente permanecer em terra e oferecer ajuda à vítima alcançando-a com objetos longos e rígidos ou boias e bolas flutuantes.
3) Se a situação não for facilmente controlada por você, chame ajuda.
4) Nunca use as próprias mãos para alcançar a vítima: em desespero, ela pode acabar puxando você como socorrista para dentro da água e piorando a cena.
5) Em casos extremos, com necessidade de entrada na água, certifique-se de que você como socorrista é capaz de oferecer ajuda sem se prejudicar ou piorar a situação da vítima.
6) Quando próximo da vítima, procure acalmá-la com uma comunicação clara e eficiente.
7) Instrua a vítima para que ela permaneça de costas para você como socorrista ou, ainda, se posicione nas costas dela.
8) Se a vítima em desespero o agarrar dentro d’água, mergulhe que provavelmente ela soltará seu corpo e irá de encontro com a superfície. Lutar ou resistir nesta situação pode piorar a cena para os dois.
9) Para o resgate propriamente dito, use seu braço não-dominante (com menor força e destreza de movimentos) para abraçar o tórax da vítima por debaixo da axila. Com a mão deste mesmo braço, mantenha o queixo da vítima para fora da água. Com o apoio do corpo da vítima nas suas costas, use seu outro braço e suas pernas para nadar e alcançar a superfície.
Como realizar primeiros socorros fora d'água:
1) Mantenha a calma e avalie a cena da ocorrência.
2) Verifique a consciência da vítima:
Se estiver consciente:
Promova seu aquecimento com algum objeto, como cobertores ou água morna.
Se estiver inconsciente:
Chame ajuda e inicie o protocolo de parada cardiorrespiratória dando preferência, especificamente neste caso, para a abertura das vias aéreas e ventilação pulmonar.
Conclusão
É muito comum que os adultos se distraiam nessas situações e a criança, muitas vezes de maneira inocente, se exponha a esses riscos.
Em situações onde há vários adultos reunidos, é comum que se imagine que alguém está de olho nas crianças e na verdade, comumente, as crianças acabam ficando sem supervisão e, de maneira inocente, se expõem a esses riscos.
Por isso, sempre que for a essas atividades, designe qual adulto ficará supervisionando as crianças, principalmente quando houver mais de uma criança.
Converse sempre antes com seu filho sobre o local e os riscos que estão expostos, assim você minimizará as chances de que ele seja pego desprevenido.
Mesmo com toda orientação e supervisão, utilize os dispositivos de segurança, nunca se sabe quando seremos vítimas de acidentes, então a prevenção sempre será a maneira mais segura de evitarmos esses episódios.
Referências
Criança Segura Brasil
Hospital Infantil Sabará
Fiocruz