Doenças e sintomas da infância

Catapora: sintomas, tratamento, diagnóstico e vacina

Um texto completo com todas aquelas dúvidas que você sempre teve sobre a catapora ou varicela. Confira!

A catapora é uma doença infecciosa causada pelo vírus Varicela-Zoster, por isso também é chamada de varicela. É uma doença altamente contagiosa e pode acometer indivíduos de todas as idades, porém é mais comum com as crianças. 

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil entre 2012 e 2017 foram notificados 602.136 casos de varicela no Brasil, sendo a faixa etária de 1 a 4 anos com o maior número de casos notificados, com 227.660 registros (37,8%), seguida pela faixa etária de 5 a 9 anos com 179.592 (29,8%) e a de menor registro em pessoas com mais de 50 anos, com apenas 4.081 (0,68%) casos. 

Falaremos a seguir sobre a varicela e os manejos com essa doença. Vamos lá?

O que caracteriza a catapora?

A catapora tem como principal característica a presença de bolinhas vermelhas, que se espalham rapidamente por todo o corpo. Normalmente estão acompanhadas de intenso prurido (coceira) e febre baixa.

Por que as crianças são a faixa etária mais acometida pela catapora?

Por ser uma doença altamente contagiosa, é muito provável que boa parte das crianças terá contato com esse vírus ao longo da infância. Uma vez infectado, o organismo cria imunidade contra esse vírus e, com isso, não desenvolve mais a doença. 

Por isso, a maior parte dos adultos não contrai mais a doença, já que já teve contato com o vírus na infância. Além disso, a ausência de cobertura vacinal em algumas faixas etárias pode propiciar o desenvolvimento da doença. 

Como a catapora é transmitida?

A transmissão acontece quando o vírus entra em contato com as mucosas das vias aéreas (nariz) e conjuntiva (olhos). Pode ocorrer tanto pelo contato direto com o líquido da bolha, tosse, espirro, saliva ou objetos contaminados pelo vírus, quanto pelo contato indireto, em especial com roupas ou superfícies que foram utilizadas pela pessoa infectada. 

A transmissão do vírus começa a partir de 2 dias antes do aparecimento do exantema (manchas vermelhas), durando até que todas as lesões estejam em fase de crosta.

Quais são os sintomas causados pela catapora?

O período de incubação do vírus é de 14 a 16 dias, podendo variar entre 10 a 21 dias. Inicialmente apresentam-se sintomas como febre, dor de cabeça, falta de apetite e vômitos. A seguir, surgem as lesões avermelhadas (exantemas), que se espalham por todo o corpo, acompanhadas de coceira

Dentro de 24 horas, essas erupções evoluem para bolhas (com conteúdo transparente e bordas avermelhadas). Localizam-se inicialmente na face, no tronco, na parte superior das axilas, nas mucosas da boca, do nariz e garganta e no couro cabeludo. Em seguida, espalham-se. Entre 3 a 4 dias, as bolhas se tornam crostas – lesões que se recuperam entre 1 ou 2 semanas.

Como é feito o diagnóstico da catapora?

O diagnóstico da catapora é feito através dos sintomas. Seu quadro é bem característico e por isso, basta que o médico ouça a história clínica e faça a avaliação através do exame físico. 

Como é feito o tratamento da catapora?

Não há tratamento para eliminar o vírus específico da doença. O suporte é sintomático, ou seja, tem como objetivo aliviar os sintomas apresentados. O uso de alguns medicamentos, como a aspirina (AAS, ácido acetilsalicilico) e o ibuprofeno, deve ser evitado. Siga sempre as orientações médicas.

Existe vacina para a catapora?

Sim, a vacina contra a catapora é oferecida pelo SUS. Ela está inserida na vacina tetravalente que, além da varicela, protege contra rubéola, sarampo e caxumba. 

A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) é que crianças sejam imunizadas com duas doses da vacina contra a varicela: a primeira aos 12 meses de vida, e a segunda entre 15 e 24 meses de idade. 

Essas doses coincidem com o esquema de vacinação da tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba - SDR) e, portanto, a vacina SDR-V (tríplice viral associada à varicela) também pode ser administrada.

Crianças mais velhas e adolescentes não imunizados têm a indicação de 2 doses com

intervalos de 30 a 60 dias. Em caso de surto da doença na área de residência, na creche e/ou escola, ou quando há um caso de catapora confirmado dentro de casa, pode ser antecipada uma dose da vacina para bebês a partir dos 9 meses. Neste caso, as 2 doses programadas conforme o calendário de vacinação citado acima devem ser administradas normalmente.

A vacinação é a maneira mais eficaz de prevenirmos as doenças, resguardando não só a saúde individual, mas coletiva. Vale ressaltar que mesmo imunizada, há a possibilidade de infecção. Porém, quando há a cobertura vacinal, a doença tende a se instalar de maneira mais branda do que a habitual.

Como prevenir o contágio com a catapora?

  • Higienize bem as mãos após ter contato com as lesões e/ou pessoa infectada; 
  • Mantenha a pessoa infectada em isolamento até que todas as lesões tenham evoluído para crostas;
  • Faça a desinfecção de objetos e superfícies de uso da pessoa infectada, preferencialmente separando dos objetos e utensílios coletivos.

Quando a criança infectada pela catapora pode retornar ao convívio?

Recomenda-se o afastamento escolar por 7 dias a partir do início do aparecimento das manchas vermelhas no corpo, ou até que as lesões estejam caracterizadas como crostas.

Conclusão

Apesar de ser uma doença benigna, a catapora é considerada uma doença desconfortável por seus sintomas incômodos à criança, principalmente o prurido, e é facilmente disseminada, então é importante que todo cuidado seja realizado para garantirmos ou minimizarmos as possibilidades de transmissão. 

Vale ressaltar que a prevenção sempre será a melhor maneira de tratamento. Através da vacina, como no caso da varicela, evitamos a contaminação ou minimizamos o impacto dela em nossa saúde.

Referências

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/catapora-varicela

https://www.sbd.org.br/doencas/catapora/

http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/catapora.htm

Escrito por
Patrícia Esteves

Enfermeira cursando MBA em cuidados ao paciente grave, Patrícia possui seis anos de experiência em atendimento hospitalar e atenção básica, com iniciativas de orientação em saúde nas escolas através de ministração de palestras e oficinas.

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