A Coala, enquanto melhor amiga das escolas – e isso inclui toda a comunidade escolar (estudantes, famílias e colaboradores) –, vem acompanhando os atos violentos de ataque às escolas que aconteceram no último mês.
Estes atos ameaçam a integridade da saúde física e mental de todos que no ambiente escolar transitam, em especial, das nossas crianças e adolescentes, aquelas que no futuro próximo serão os representantes da nossa sociedade.
Desde então, rumores, boatos e o sentimento de medo/pânico está presente no dia a dia das escolas. Logo a escola, lugar de vida, de diversidade, de acolhimento, de aprendizados.
O triste fato chama a atenção da sociedade para algo urgente: precisamos olhar e combater a violência nas escolas. Estudos revelam que os fatores que motivam crianças e jovens a esse tipo de ação se modificaram.
Se antes o perfil desses agressores eram de estudantes vítimas de bullying e sofrimento no meio escolar, desde a pandemia e provavelmente pelo aumento de acesso à internet e redes sociais, hoje, se relacionam ao consumo de uma cultura extremista. E o pior, a sociedade, de forma direta ou indireta, encoraja atos agressivos e reações violentas.
Desde março, todos amedrontados. Famílias cobrando das escolas mais segurança e controle de acesso ao universo escolar. Mas será que colocar uma pessoa armada na porta da escola garante a segurança de todos?
A escola passa a ser alvo dos ataques e das cobranças. E será que são isoladamente responsáveis? Será que essas ações conseguem resolver a situação? Há quem acredite que sim, mas é preciso ter cautela para isso não criar um olhar reducionista da situação.
Precisamos perceber a necessidade de caminharmos juntos. É preciso uma responsabilização coletiva que inclui a sociedade como um todo, a união entre famílias e escolas e uma ação eficaz de políticas publicas.
Recentemente, publicamos neste blog um texto que ressalta a importância da parceria e da confiança entre famílias e escolas para que os estudantes possam se desenvolver de forma integral. Esse é mais um dos momentos em que essa parceria precisa acontecer para oferecer ao universo escolar mais tranquilidade nesse momento.
As escolas, logicamente precisam trabalhar os conteúdos socioemocionais e abrir um canal de escuta às nossas crianças. Espaços de mediação de conflitos e rodas de conversas são importantes. Proporcionar aceitação e apoio à diversidade como uma maior oportunidade para todos e como forma de ampliação de uma sociedade mais humanizada e respeitosa.
As crianças necessitam de orientação e supervisão das famílias em acessos a redes socias e internet. Frequentemente temos visto nos grupos de WhatsApp crianças pequenas se ofendendo e desqualificando umas às outras. Algumas vezes justificadas como “zoação” e “brincadeiras”.
E mais uma vez família e escolas precisam dar as mãos para que as crianças e adolescentes entendam a gravidade dessas situações e o real significado da palavra “brincadeira”. Vamos refletir que muitas das vezes é assim que começa a tão temida violência?
Em proporção muito menor, é logico, mas muitas vezes essas pequenas situações reproduzem a tal violência tão temida. E mexer nessa engrenagem significa mexer em tudo o que faz parte desse contexto.
Nesse momento onde a insegurança e o medo tomaram proporções alarmantes, é importante que estejamos atentos à algumas medidas:
- Evite espalhar informações sem verificar sua autenticidade, e quando, após verificação confirmar alguma notícia de ameaça procure os canais de atendimentos disponíveis na escola ou disponíveis pelo governo (Escola Segura) para averiguação de informações de conteúdo violento. O compartilhamento de informações em grupos de WhatsApp de pais, de alunos, além de não contribuir de forma efetiva a segurança dos alunos, ainda dissemina o pânico e a cultura de contágio e alimenta uma engrenagem tóxica. Precisamos falar de soluções e não repetir disse me disse que só cria pânico.
- Crianças menores não devem ter acesso a informações sensacionalistas de TV e não devem escutar sobre a preocupação dos adultos pois isso pode deixa-los inseguros e fantasiosos, visto que ainda não apresentam maturidade para entender a complexidades dessas situações. As crianças e adolescentes que já conseguem obter um maior entendimento da situação, importante que possam ser escutadas e acolhidas pelas famílias e pelas escolas.
Ódio se dissemina com amor. Conflitos se resolvem com diálogo. Diferenças se aproximam com respeito. E a união de várias esferas formam juntas uma rede de combate à violência. Juntos, conseguiremos (re)estabelecer o lugar da escola como um lugar de paz, e de vida.
O Governo Federal criou um canal de denúncias para averiguar ameaças de conteúdos violentos nas escolas. Acesse: ESCOLA SEGURA – mj.gov.br/escolasegura