Doenças e sintomas da infância

Bebês expostos a ISTs: cuidados para evitar a transmissão da mãe para o bebê

Confira quais são as principais Infecções Sexualmente Transmissíveis a que os bebês podem ser expostos e como evitar a transmissão vertical da mãe para o bebê.

As ISTs são infecções sexualmente transmissíveis, que são transmitidas de forma vertical – ou seja, da mãe para o bebê durante a gestação, parto ou amamentação – e tem se tornado uma questão de saúde pública, mesmo com todo o avanço das políticas de saúde. 

Uma vez expostos às ISTs, esses bebês podem apresentar consequências em seu desenvolvimento. Atualmente, mães expostas a ISTs ao longo da gestação ou até mesmo antes que realizam o tratamento adequado, evitam que seus filhos sejam afetados tanto em seu desenvolvimento, quanto evitando a transmissão dessas doenças ao bebê.

Pensando nesses impactos e no aumento de casos de gestantes com DSTs algumas políticas de saúde foram desenvolvidas e ações de prevenção e identificação precoce. Tais doenças são facilmente identificadas através de testes rápidos, feitos ao longo do pré-natal. 

Ressalta-se a importância de um pré-natal adequado e completo, de maneira que identificando tais doenças, seja feito o tratamento da gestante, parceiros e bebê.

Falaremos então das principais ISTs a que os bebês estão expostos e seus impactos, bem como os principais cuidados em cada uma delas. Vamos lá?

Principais Infecções Sexualmente Transmissíveis 

Hoje abordaremos três infecções sexualmente transmissíveis, duas causadas por vírus e a outra por bactérias: HIV, hepatite B e sífilis

Quando não identificadas e tratadas na gestação a mãe, essas infecções podem transmitir tais doenças ao bebê seja durante a gestação, no momento do parto ou até mesmo na amamentação. 

HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana

O HIV está dividido em dois subtipos: HIV-1 e HIV-2. O HIV-1 é o mais infeccioso e possui maior carga viral, além de ser o mais comum no Brasil, com alto índice de contaminação.

Já o HIV-2 é menos infeccioso e possui menor carga viral, acometendo mais a região do oeste africano. 

Toda gestante portadora do HIV deverá ser acompanhada rigorosamente pela equipe de saúde, sendo considerada uma gestação de risco. Além disso, o parto deverá ser realizado com critérios rigorosos para que não haja transmissão do vírus para o bebê.

Pré-natal

O diagnóstico e o tratamento precoce podem garantir o nascimento saudável do bebê. O HIV também pode ser transmitido durante a amamentação, por isso as gestantes e seu parceiro(a) devem realizar os testes para HIV, sífilis e hepatites durante o pré-natal e no parto.

O que fazer caso testar positivo para HIV durante a gestação?

  • A gestante deve fazer tratamento com os medicamentos antirretrovirais durante toda a gestação, prevenindo a transmissão vertical para o bebê.
  • O recém-nascido deve receber o medicamento antirretroviral e ser acompanhado pelo serviço de saúde. 

Cuidados com a criança: 

  1. Não amamente, evitando a transmissão do HIV para a criança por meio do leite materno. Faça uso de fórmula de acordo com prescrição e/ou orientação da equipe de saúde.
  2. Não é recomendado que outra pessoa amamente a criança, devido os riscos de contaminação por outras infecções e inclusive o HIV.
  3. Realize o acompanhamento médico, as consultas deverão ser mensais até o 6° mês de vida.
  4. Forneça uma alimentação saudável durante todas as fases da vida.

Sífilis

A sífilis é uma infecção causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). 

O que é a sífilis congênita? 

A sífilis congênita é quando a doença é transmitida da mãe para o bebê. Uma gestante com sífilis, quando não tratada ou tratada de forma incorreta, pode transmitir verticalmente para a criança durante a gestação ou o parto.

A testagem durante o pré-natal é essencial, pois quanto antes for identificada e tratada corretamente, maior a probabilidade de evitar a transmissão para o bebê.

Recomenda-se a testagem em três fases :

  • Primeiro trimestre de gestação;
  • Terceiro trimestre de gestação;
  • Momento do parto ou em casos de aborto.

Quais são os sinais e sintomas de infecção em bebês?

A maior parte dos bebês com sífilis não apresentam sintomas ao nascimento. No entanto, as manifestações clínicas podem surgir nos primeiros dias ou meses de vida da criança. Em alguns casos até os 2 primeiros anos de vida. 

  • Deficiências físicas, auditiva, visual.
  • Abortamento espontâneo.
  • Parto prematuro.
  • Alterações ósseas e neurológicas.

O diagnóstico é feito através de: exame físico na criança, resultados dos testes e exames laboratoriais e radiológicos.

Quais os cuidados com a criança exposta à sífilis?

Caso uma criança seja exposta à infecção, alguns testes e cuidados devem ser tomados:

  • Coleta de amostras de sangue;
  • Avaliação neurológica (incluindo punção lombar);
  • Raio-X de ossos longos;
  • Avaliação oftalmológica e audiológica.
  • Amamentação a livre demanda, desde que não haja fissuras no mamilo. Caso tenha, sempre proteger durante o ato da amamentação; 
  • Não deixe a criança amamentar em outra mãe; 
  • Siga as orientações médicas;

As crianças expostas à sífilis de mães que foram adequadamente tratadas durante a gestação também devem ser cuidadosamente avaliadas. A investigação de sífilis congênita deve acontecer na hora do parto, mas também no acompanhamento dessas crianças nas consultas, com realização de testes.

Hepatite

É uma inflamação no fígado causada por vírus, seja ele o vírus da hepatite A, B, C.  A hepatite mais comum na transmissão para o bebê é a Hepatite B, transmitida por meio das secreções (sangue ou fluídos).

Em caso de bebês cujas mães são HBsAg-positivas, o bebê deve receber a dose da vacina contra hepatite nas primeiras 12h de vida e a 2ª e 3ª doses são aplicadas de 1 a 2 meses e 6 a 18 meses, respectivamente, após a primeira dose. 

Conclusão

Durante a gestação é importante realizar e seguir  o acompanhamento e orientações do médico ou enfermeiro obstetra, assim podendo prevenir e/ou tratar quaisquer doenças ou infecções durante e após o parto, assim como as ISTs, garantindo a cura ou uma qualidade de vida melhor a mãe e o bebê, seja na gestação ou durante todas as fases de vida.  

Escrito por
Patrícia Esteves

Enfermeira cursando MBA em cuidados ao paciente grave, Patrícia possui seis anos de experiência em atendimento hospitalar e atenção básica, com iniciativas de orientação em saúde nas escolas através de ministração de palestras e oficinas.

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