Maternidade e paternidade

Agosto Dourado e o aleitamento materno: a importância da amamentação

O aleitamento materno pode salvar a vida de centenas de milhares de crianças com menos de seis meses de idade. Entenda a importância desse ato!
A imagem mostra uma mãe amamentando o filho, um menino de aproximadamente 2 anos de idade, loiro, que está vestindo uma camiseta listrada.

Você já ouviu falar em Agosto Dourado? Ele celebra o mês do Aleitamento Materno, que reforça o papel e o incentivo ao aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida do bebê. 

Aumentar as taxas de amamentação no mundo pode salvar a vida de centenas de milhares de crianças com menos de seis meses de idade. Vamos conhecer mais sobre a importância desse ato?

A importância do aleitamento materno

O aleitamento materno é fundamental para a implementação efetiva de estratégias de desenvolvimento sustentável, especialmente em um mundo pós-pandemia, pois melhora a nutrição, garante a segurança alimentar e reduz as desigualdades entre e dentro dos países.

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a amamentação deve iniciar ainda na sala de parto na primeira hora de vida, ser mantida na forma de aleitamento materno exclusivo (AME) sem adicionar qualquer tipo de alimento sólido/semissólido ou líquido nos primeiros 6 meses de vida, e, a partir de então, deve-se introduzir a alimentação complementar adequada, mantendo-se também o aleitamento materno (AM) por 2 anos ou mais.

É a mais sábia estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para a criança e constitui a mais sensível, econômica e eficaz intervenção para redução da morbimortalidade infantil. 

Contribui positivamente para o crescimento e desenvolvimento da criança e apresenta vantagens imunológicas, psicológicas e nutricionais. 

A partir dos seis meses de idade, a alimentação tem a função de complementar a energia e outros nutrientes necessários para o crescimento saudável e pleno desenvolvimento das crianças. Estudos demonstram que as situações mais comuns relacionadas à alimentação complementar oferecida de forma inadequada são: anemia, deficiência de vitamina A, outras deficiências de micronutrientes, excesso de peso e desnutrição. 

É importante que antes e durante a amamentação a mãe mantenha uma dieta saudável e equilibrada. O uso de mamadeiras, bicos e chupetas pode dificultar o aleitamento materno particularmente quando se deseja manter ou retornar à amamentação; seu uso inadequado pode trazer prejuízos à saúde do lactente, além de custos desnecessários. 

Há inúmeras evidências disponíveis sobre os benefícios do aleitamento materno em curto prazo, especialmente diminuindo a morbimortalidade infantil ao se associar com menos episódios de diarreias, infecções respiratórias agudas e outras enfermidades infectocontagiosas.

Benefícios da amamentação

Além de fazer bem à saúde da criança e da mãe, a amamentação promove o vínculo afetivo entre mãe e filho. A lista de benefícios é extensa para a criança:

  • Redução da mortalidade na infância
  • Proteção contra diarreia
  • Proteção contra infecções respiratórias
  • Proteção contra alergias 
  • Proteção contra hipertensão, hipercolesterolemia e diabetes
  • Proteção contra obesidade
  • Promoção do crescimento
  • Promoção do desenvolvimento cognitivo
  • Promoção do desenvolvimento da cavidade bucal

Como é o leite materno e como ele é produzido?

Durante a gestação, as mamas passam por transformações para produzir leite. Nos primeiros dias, a produção de leite é pequena, mas suficiente para atender as necessidades da criança recém-nascida, que tem um estômago muito pequeno. 

Em geral, no terceiro ao quinto dia após o parto costuma ocorrer a “descida do leite”, ou apojadura, como chamam os especialistas. É quando as mamas ficam maiores e a mulher passa a produzir mais leite.

Todo leite materno é de boa qualidade, independentemente do seu aspecto. Ou seja, não existe “leite fraco”. A cor e a composição do leite podem variar dependendo da dieta da mãe e, também, do momento da mamada.

Após a criança mamar por algum tempo, por exemplo, o leite pode ficar mais esbranquiçado ou amarelado por conter mais gorduras. É esse leite que deixa a criança com a sensação de estar satisfeita.

Fases do leite materno:

Colostro

É a primeira secreção do leite materno, que ocorre no momento do nascimento até o sétimo dia pós-parto. Ele é rico em fatores de proteção (imunoglobulinas/anticorpos), por isso, é extremamente importante amamentar exclusivamente com leite materno o recém-nascido nos primeiros dias de vida. 

Sua coloração é amarelada ou um esbranquiçado claro, e o volume por mamada varia entre 3 a 5 ml, exatamente a capacidade gástrica do bebê nos primeiros dias de vida! O colostro é rico em proteínas e vitaminas A e E.

Leite de Transição

O leite de transição inicia-se a partir da apojadura (descida do leite) e vai até aproximadamente 15 dias após o parto. Passa para uma coloração mais esbranquiçada e seu volume aumenta a ponto de poder causar o ingurgitamento mamário (leite empedrado). Possui um teor maior de gorduras e calorias do que o colostro.

Leite Maduro

O leite materno maduro apresenta diferentes características ao longo da mamada e durante ao dia. Contém aproximadamente 4% de gordura, é rico em proteínas, vitaminas e sais minerais. É também rico em substâncias bioativas, como células, enzimas e fatores de crescimento. Tudo para contribuir com o crescimento e desenvolvimento saudável do bebê.

Considerações importantes:

É importante saber que durante uma mamada apenas parte do leite estava guardada no peito. A maior parte é produzida enquanto a criança está sugando o peito.

A quantidade de leite que a mulher produz depende principalmente de quanto de leite está sendo consumido pela criança ou retirado da mama. Logo, quanto mais vezes a criança for ao peito e mais leite consumir, mais leite a mulher vai produzir. 

Uma nutriz que amamenta exclusivamente produz, em média, 800 mL por dia. Em geral, uma nutriz é capaz de produzir mais leite do que a quantidade necessária para o seu bebê.

Recomenda-se que a criança seja amamentada sem restrições de horários e de duração das mamadas. Nos primeiros meses, é normal que a criança mame com maior frequência e sem horários regulares. Em geral, um bebê em Aleitamento Materno Exclusivo – (AME) mama de 8 a 12 vezes ao dia.

Além disso, para complementar os nutrientes do leite, é importante expor a criança ao sol diariamente. Esse é o principal estímulo para a produção de vitamina D — importante para a formação dos ossos — pelo organismo.

Benefícios além do período da amamentação

Segundo estudos, os benefícios da amamentação ultrapassam o período em que ela ocorre. Um exemplo disso é que a amamentação está associada a uma menor chance de desenvolvimento de doenças alérgicas, tais como asma brônquica e dermatite atópica, em crianças com menos de 5 anos de idade.

Além disso, ela está relacionada com um melhor desenvolvimento cognitivo e maior escolaridade, inclusive em adultos e independentemente da renda familiar. 

Por fim, estudos demonstram um melhor desenvolvimento craniofacial e motor-oral, com menor possibilidade de problemas na mastigação, deglutição, articulação dos sons da fala, má oclusão dentária e respiração.

Conclusão

Amamentar nem sempre é fácil, principalmente nos primeiros dias após o nascimento e para as mamães de primeira viagem. Exige paciência, informação e apoio e sem dúvidas, ainda assim, cada experiência de amamentação é única. 

Além disso, mesmo com todos os esforços de campanhas realizadas sobre a importância do aleitamento materno exclusivo, ainda há um elevado índice de desmame antes do período recomendado. 

A maior parte das crianças brasileiras não é amamentada por dois anos ou mais e não recebe leite materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida, como recomenda a OMS e o Ministério da Saúde do Brasil. Vários fatores influenciam nisso, desde o contexto sociocultural até problemas ocasionados pela prática incorreta da amamentação.

Apesar disso, evidências científicas comprovam a superioridade do Aleitamento Materno (AM) sobre outras formas de alimentar a criança pequena. 

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar.

CAPUTO NETO, M. Caderno de Atenção à Saúde da Criança: Aleitamento Materno. Secretaria de Estado da Saúde. Banco de Leite Humano de Londrina. IBFAN Brasil. Sociedade Paranaense de Pediatria. Paraná, 2013.

Guia alimentar da criança menor de 2 anos: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primaria à Saúde. Departamento de Promoção da Saúde.

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Escrito por
Luciana Pereira

Nutricionista com MBA em Gestão Pedagógica, Luciana possui 26 anos de experiência em alimentação escolar atuando como nutricionista de creches e escolas do RJ, como a rede de ensino CEL e o Colégio Franco Brasileiro.

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